quinta-feira, 8 de julho de 2010

BEM VINDO À SOCIEDADE DOS SEM TEMPO

Uma frase de Peter Drucker inspirou-me a escrever este post: “A melhor forma de prever o futuro é criá-lo”.

Só mesmo os tolos, ou os mais distraídos é que poderão não estar interessados no futuro, uma vez que é lá que todos vamos viver!

O tempo, apesar de ser um recurso escasso para todos, está distribuído de forma democrática. Independentemente de quem sejamos, todos temos exactamente 86.400 segundos para viver em cada dia.

A este propósito tenho referido muitas vezes o seguinte: se todos se queixam de falta de tempo porque é que tanta gente desperdiça esse bem escasso a falar e a pensar no passado?

Vejamos uma curiosidade do nosso léxico: a coincidência de chamarmos “presente” ao momento que se está a viver, e de usarmos também a palavra “presente” como sinónimo de prenda ou dádiva. Daqui podemos tirar uma conclusão: se uma prenda ou uma dádiva são coisas que todos em regra apreciamos, quem vive o presente como uma dádiva, certamente não só desfruta e usufruiu mais do seu dia-a-dia, como também se torna capaz de preparar e de antecipar melhor o seu próprio futuro. Decerto desperdiça menos tempo a “viver” o passado.

Em média, uma pessoa saudável precisa de dormir cerca de sete horas por dia, ou seja: 25.200 segundos. Assim, feitas as contas, na verdade apenas podemos desfrutar de 61.200 segundos/dia.

Considero que este é um momento ideal para reflectirmos sobre esta realidade brutal: quantos de nós vivem a sua vida pessoal e profissional utilizando eficazmente o recurso tempo? Quantos de nós achamos natural viver uma vida politicamente correcta, carregando cada dia como se de um martírio se tratasse, ou vivendo-a “em cima do muro” com um cuidado extremo, de forma a morrer um dia em segurança? Quantos nos queixamos de má sorte? Quantos achamos que as oportunidades caem do céu?

Pois é amigos, se olhássemos para o nosso presente e nos recusássemos a desperdiçá-lo com futilidades, decerto tornaríamos melhores as nossas vidas, contribuindo também para melhorar a vida dos que nos rodeiam.

Alguns aspectos para reflectir: Se as pessoas optimistas são mais saudáveis, se as pessoas felizes vivem melhor, porque que será que as notícias más são mais eficazes para captar a nossa atenção e assim nos consumirem uns milhares de irrecuperáveis segundos?

Como mudaria a nossa vida para melhor se decidíssemos, colectivamente, não roubar tempo uns aos outros. Imaginem que entramos numa loja e os empregados pensam: esta pessoa investiu tempo ao entrar nesta loja, logo tenho como obrigação moral e profissional de a atender muito bem! Imaginem aquele professor que prepara muito bem as aulas e pensa: cada aluno tem características próprias de aprendizagem, o meu objectivo é que eles cumpram os objectivos, logo vou identificar e pôr em prática os melhores métodos para que eles tenham sucesso. Imaginem que todos os colaboradores das diversas empresas decidiam, trabalhar verdadeiramente em rede, complementando-se! Imaginem como seria o vosso dia se decidissem viver cada momento como se estivessem na melhor universidade do mundo: a Universidade da Vida. De facto, cada momento que vivemos constitui uma oportunidade para aprendermos, para desfrutarmos, para sermos úteis a nós próprios e aos outros.

Se os conselhos fossem garantidamente bons não eram grátis. No entanto, pode ser muito importante aproveitarmos esta quadra para reflectirmos sobre o que somos, quem queremos ser, como os outros nos vêm, como gostaríamos que nos vissem e, já agora, sobre como utilizamos os nossos preciosos e irrepetíveis 86.400 segundos/dia.

Uma realidade incontestável é o facto de que a vida nos é muito mais favorável quando a vivemos procedendo à definição e realização de metas pessoais e profissionais. O ser humano gosta tanto de concretizar que sempre que atinge algo que lhe custou muito a alcançar, fica novamente insatisfeito, necessitando por isso de um novo desafio. Para além de ter muito mais sentido, quando a vida é vivida numa dinâmica de prossecução de objectivos, torna-se muito mais proveitosa.

Se olharmos à vossa volta vemos muitas pessoas, talvez a maioria das pessoas, com expectativas muito baixas. Essas pessoas normalmente desfrutam, singelamente, do “gozo” de conseguirem acertar nas suas baixas aspirações.

Porque será que as grandes fortunas surgem, normalmente, em momentos socialmente conturbados? Será porque nesses momentos a maioria das pessoas cruza os braços à espera que a crise passe e só uma pequena minoria aproveita a ocasião para ver a oportunidade onde a maioria apenas vê uma calamidade? Infelizmente os dados assim o indicam.

Sugiro então algumas técnicas que nos podem ajudar a rentabilizar melhor o tempo e a tornar mais agradável o nosso futuro, e o de quem nos rodeia. Trata-se de técnicas simples, as quais passam, essencialmente, pela colocação de perguntas decifradoras, descodificadoras e imaginativas, sobre as “objecções” futuras que possamos vir a enfrentar.

Passo a explicar: Se o futuro é um ponto de interrogação, devemos evitar fazer afirmação a seu respeito. Inteligente é aquele que percebe os sinais que os outros não apanham. Conseguir antecipar objecções, chegar antes dos outros e compreender mais depressa a mudança são grandes vantagens competitivas. Perguntar é, portanto, uma eficaz ferramenta para se viver melhor e conseguir progredir de forma sustentada. Todos podemos experimentar o sabor da liderança se conseguirmos, no mínimo, liderar as nossas próprias expectativas. Um líder é aquele que “vê”, por antecipação, para onde a sua vida pessoal e profissional se estão a dirigir, acompanhando permanentemente as mudanças que ocorrem no mundo. Ele é capaz de se mobilizar para a mudança. Ele é um resiliente nato.
Sete passos para usar o presente ao serviço do seu futuro:

  1. Imagine cenários
    Reúna amigos ou colegas e pergunte: como será a nossa envolvente pessoal e profissional dentro de cinco anos? Quais serão as oportunidades que daí surgirão? Que poderemos fazer para as aproveitar? Inovação ou melhoria contínua? Que valores humanos? Que motivações?
  2. Imagine personagensDepois de imaginar os cenários, encaixe personagens dentro deles. Pergunte: Quem vão ser as pessoas com quem vou investir o meu tempo e o meu know-how? Quem vai ser importante para a minha realização pessoal e profissional? Que vantagem competitiva terei eu face aos outros? Que valores me diferenciarão? Liderarei ou serei liderado? O que será liderar no futuro?
  3. Imagine as respostas aos novos desafiosSe conseguiu descortinar alguns dos desafios que vai ter que enfrentar num prazo relativamente curto, imagine diversas alternativas possíveis para lhes fazer face. Predisponha-se já para o fazer, adoptando uma atitude mental positiva. Interrogue-se: o que faço hoje será válido amanhã? Se a resposta for negativa, interrogue-se desde já: o que me falta? Quem, ou o quê, me pode ajudar? Quais serão as novas necessidade de desenvolvimento a aplicar em função dos futuros valores, crenças, comportamentos e necessidades das pessoas com quem terei que interagir?

Conclusão: Tal como um actual bom treinador de futebol, você tem que dedicar mais tempo a pensar em estratégias e em tácticas que surpreendam, do que a “cansar-se” a correr no dia a dia ao lado dos jogadores…
Como alguém disse: “Desafie o seu pensamento em vez de ser controlado por ele.”

Permaneça IMORTAL… até agora…

O sucesso pessoal e profissional passa, na maioria dos casos, apenas pela capacidade de saber aproveitar as ocasiões favoráveis.

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